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sábado, 29 de setembro de 2012

RITUAL DA BENÇÃO E COROAÇÃO DO REI (V - FINAL)


Breve histórico da formação do ritual e da questão de sua natureza sacramental

Dom Pedro II, óleo sobre tela anônimo.


Do juramento feito por Teodósio II (Imperador Bizantino de 408 a 450) a Proclo de Constantinopla (Patriarca de 434 a 446), surgiram as primeiras menções históricos de um rito de investidura do poder real. De fato da possibilidade de convocar um concílio Ecumênico decorria da parte do imperador bizantino uma obrigação para com a Igreja, e esta exigia-se-lhe um compromisso: uma profissão de fé estritamente ortodoxa, o respeito pelos dogmas e pela hierarquia eclesiástica que devia ser professado antes da coroação.*
Inspirado neste modelo bizantino, o Rei Wamba de Aragão, havia sido coroado, no que não foi seguido pelos demais reinos hispânicos, pois o juramento implicava uma submissão e dependência direta ao clero, ainda que segundo os canonistas da época, essa submissão se dava rationi peccati, ou seja para questões que a Igreja ensina como pecado.[1]
A coroação surge como homologação para uma situação de fato. E a partir de Carlos Magno vai adquirindo um significado análogo ao da eleição dos generais. O Sumo Pontífice atua assim como executor do plano providencial de Deus, que é o verdadeiro doador do poder. O imperador é portanto Coroado por Deus - a Deo Coronatur. Ainda com Carlos Magno, o juramento torna-se mútuo, pois o papa Leão III fez juramento de fidelidade a Carlos Magno antes de coroá-lo imperador em 800, e este também, por sua vez, fez um compromisso similar ao dos imperadores bizantinos.[2]
Este juramento de Leão III, causou, no entanto, controvérsias agudíssimas entre a Igreja e o Sacro Império Romano-Germânico,  o que fez o Arcebispo de Reims tomar partido contra o papa são Nicolau na questão das investiduras durante o século IX. A controvérsia teve seu fim, do ponto de vista teológico, com a correspondência de São Gregório VII ao arcebispo Hermann de Metz, e a promulgação do ‘Dictatus Papae’, no século XI somente, onde se denota a emancipação do Poder Pontifício em questões temporais, pois “O papa pode dispensar o cumprimento do juramento de fidelidade aos injustos (XXVII)” e “Apenas o pontífice romano pode depor ou absolver os bispos (III)”, bem como  “É-lhe permitido depor os imperadores.”
Note-se bem que a deposição dos imperadores, preconizada por São Gregório VII, diz respeito aos Imperadores Romanos-Germânicos, não aos imperadores bizantinos, ou aos senhores de outros reinos, pois considera-se que o Imperador Constantino, com sua “Doação” havia entregue o poder temporal do ocidente diretamente ao papa são Silvestre I, e que portanto, com a ascensão de Carlos Magno, este Império era mandatário do papa, o que se deduz pela proposição VIII, do Dictatus: “Somente ele pode usar as insígnias imperiais”.
Surgem então a escola dos teóricos do poder real, que irá buscar uma solução teológica sobre os limites da fidelidade do papa ao imperador, e a natureza da submissão dos monarcas, in ratione peccati, ao clero.
Desctacamos Jonas, Bispo de Orleans (818), que considera o rei como pertencente à ordem dos laicos (De institutione laicali e De institutione regia) e que ele deve “primeiro do que tudo ser o defensor da Igreja e dos servidores de Deus. O seu dever é favorecer com sagacidade a salvação e o ministério dos padres”[3] e Hincmar, Arcebispo de Reims (835-882), escreveu um dos primeiros rituais de sagração (869) que constava principalmente da professio do rei, cuja violação o tornaria culpado de perjúrio e sujeito à excomunhão, como ele mesmo teorizou em De ordine palatii (882) Proposição que defende em carta ao jovem Luis III: “Lembrai-vos, suplico-vos, da professio que prometes respeitar no dia de vossa sagração... Professio que assinastes com a vossa mão e ofereceste a Deus sobre o altar em presença de todos os bispos.” A professio, portanto, segundo Hincmar, faz dele um membro do clero. [4]
Retomando o argumento de Hincmar, e analisando pormenorizadamente o ritual da Sagração do Rei, Pedro de Blois, considera também o rei como clérigo, em virtude da unção do santo crisma, que ele não hesita em equiparar a um Sacramento. E assim o escreve sobre Henrique I, da França: “Devo reconhecer que nos santifica ajudar o senhor rei, porque ele é santo e cristo do senhor, e não foi em vão que recebeu o sacramento da unção real, cuja eficácia, embora ignorada ou posta em dúvida, será plenamente confirmada pela desaparição da peste inguinal e pela cura das escrófulas”.
Aqui citou-se uma qualidade taumatúrgica dos reis, pois se dava, não raras vezes, que após a sagração uma multidão de enfermos se juntava às portas da igreja buscando ser tocada pelo rei, recém-sagrado, e menos raros eram os casos em que os doentes se curavam, como faz notar Pedro de Blois, como uma confirmação milagrosa da graça sacramental que fora infundida no soberano.
Os Ordos de Fulrad (século X), de São Luiz (século XIII), e finalmente o Pontifical Romano, que foi usado na coroação dos nossos imperadores, Pedro I e Pedro II, com forma fixada pelos decretos do Concílio de Trento (século XVI), irão sintetizar as teorias do poder real dos séculos precedentes, fazendo o rito da coroação constar, da professio, ou juramento, seguida de unção e por fim coroação. O Ordo de são Luiz, no entanto introduz a aclamação popular, que aparenta estar suprimida no Pontifical do século XVI, não deixando, no entanto, fechada a questão da natureza sacramental da Sagração Real. 
Claro que, devemos considerar que o Concílio de Trento ao definir que só há Sete Sacramentos, aparenta ter dirimido a questão, sem no entanto delimitar ou distinguir o sentido em que a palavra sacramento era usada pelo teóricos antigos em relação à Sagração Real. Pois, antes de Trento o uso da palavra Sacramento, era, em sentido lato, relacionada a tudo que é sagrado, o que evidentemente causava disputas entre teólogos sobre quais eram os que infundiam ou aumentavam a graça em sentido estrito e por instituição do Divino Mestre. 
Bossuet (século XVII), teorizando não a posição condenável de oitavo sacramento da sagração, mas tendo em vista o próprio ritual aprovado pelo Concílio de Trento, considera a Sagração Real, como relacionada ao Sacramento da Ordem, ora, por sua semelhança à Sagração dos Bispos, ora por no mínimo se equivaler à tonsura clerical, tendo em vista o privilégio do rei recém-sagrado de comungar e tomar a ablução diretamente do cálice do bispo, como vimos no Ritual transcrito do Pontifical Romano.
Levando em conta então esse aspecto considerado por Bossuet, podemos considerar, e até tomar o partido pela hipótese da Sagração Real ter natureza sacramental, uma vez que a Igreja não chegou à um veredicto definitivo. No entanto, tristemente vemos que mesmo nas Monarquias modernas, mesmo católicas, se substituiu a Graça Sacramental pelo juramento à Constituição, que poderia muito bem ser feito sem detrimento daquela, como o era no Brasil. Atualmente, só há dois soberanos Ungidos com um Ritual semelhante, um deles é a Rainha Elizabeth II da Inglaterra (a rigor inválida por ser feita por um 'bispo' anglicano, mas o simples fato de seu poder ter sido conferido em um rito religioso, já espanta o mundo moderno) e o outro é Rei do Lesoto, Letsie III, que foi sagrado e coroado a 31 de outubro de 1997, pelo Arcebispo de Maseru, o que faz dele o único soberano católico ungido no mundo.



[1] TOUCHARD, Jean, "História das Ideias Políticas", Publicações Europa-América, 1959, pág. 16
[2] TOUCHARD, Jean, Op. Cit., págs. 24 e 25
[3] TOUCHARD, Jean, Op. Cit., pág. 29
[4] TOUCHARD, Jean, Op. Cit., pág. 30

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

RITUAL DA BENÇÃO E COROAÇÃO DO REI (IV)


"Coroação de Dom Pedro II", óleo sobre tela finalizado em 1842 por François René-Moreaux 


A coroa, segura por todos os bispos presentes, é colocada sobre a cabeça do Rei.

COROAÇÃO


Antitistae Sagrans: ACCIPE coronam regni, quae, licet ab indignis, Episcoporum tamen mánibus capiti tuo imponitur. In nomine Pa+tris, et Fi+lii, et Spíritus + Sancti, quam sanctitatis gloriam et honorem, et opus fortidudinis, significare intelligas et per hanc te participem ministerii nostri non ignores. Ita ut sicut in interioribus pastores, rectoresque animarum intelligimur ita et tu in exterioribus verus Dei cultor strenuusque contra omnes adversitates Ecclesiae Christi defensor assistas, regnique tibi a Deo dati, et per officium nostrae benedictionis in vice Apostolorum, omniumque Sanctorum regimini tuo commissi utilis executor, proficuusque regnator semper appareas; ut inter gloriosos athletas, virtutum gemnis ornatus, et praemio sempiternae felicitatis coronatus cum Redemptore, ac Salvatore nostro Iesu Christo, cujus nomen, vicemque gestare créderis, sine fine glorieris. Qui vivit, et imperat Deus cum Patre et Spiritus Sancto in saecula saeculorum.


Bispo Sagrante: RECEBE a coroa do reino, que é colocada sobre tua cabeça pelas mãos, embora indignas, dos Bispos. Em nome do Pai +, do Fi+lho, e do Espírito + Santo, e saibas que ela significa a glória da santidade, honra e fortaleza, e não ignores que por ela tomas parte de nosso ministério. De maneira que, como nós somos no foro interno pastores e reitores de almas, assim sejas tu no foro externo um sincero adorador de Deus, decidido defensor contra os ataques feitos à Igreja de Cristo e ao reino que Deus te deu por meio de nossa benção em nome dos Apóstolos e de todos os Santos confiado ao teu governo; sejas sempre um reinante útil; para que tenhas entre os santos, ornado pelas joias das virtudes, e coroado pelo prêmio da felicidade eterna, uma glória sem fim com o Redentor e Salvador nosso, Jesus Cristo, em cujo nome e vez tu crês de governar, Jesus Cristo que vive e impera Deus com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos.


Antitistae: Amen

Bispos: Amém.


O Rei recebe o cetro.

ENTREGA DO CETRO


Antitistae Sagrans: ACCIPE virgam virtutis ac veritatis, qua intelligas te obnuxium mulcere pios, terrere reprobos, errantes viam docere, lapsis manum porrigere, disperdere superbos et relevare humiles; et aperiat tibi stium Jesus Christus Dominus noster, qui semetipso ait: Ego sum ostium: per me si quis introieriti, salvabitur: qui est clavis David, et sceptrum domus Israel, qui aperit, et nemo claudit; claudit, et nemo aperit. sitque tibi ductor qui educit vinctum de domo carceris, sedentem in tenebris, et umbra mortis; et in omnibus sequi merearis eum, de quo David, in saeculum saeculi: virga directionis, virga regni tui, et imitando ipsum, diligas justitiam, et odia habeas iniquitatem, qui propterea unxit te Deus, Deus tuus, ad exemplum illius, quem ante saecula unxerat óleo exultationis, prae participibus suis, Jesum christum Dominum nostrum, qui cum eo vivit et regnat Deus, per omnia saecula saeculorum.


Bispo Sagrante: 
RECEBE a vara da virtude e da verdade e saibas que com ela deves encorajar os bons, atemorizar os maus, levar ao caminho certo os que erram, afastar os soberbos e levantar os humildes; que te abra a porta Jesus Cristo Nosso Senhor que disse de si mesmo; eu sou a porta: quem entra por mim, será salvo; é a chave de Davi, o cetro da casa de Israel - que abre, e ninguém consegue fechar; que fecha e ninguém consegue abrir. Seja para ti um guia; que leva o peso para fora da prisão que guia a quem está sentado no escuro, na sombra da morte; e em tudo mereças seguir aquele, do qual cantou o profeta Davi: tua sede, Deus é para os séculos dos séculos; a vara de direção, a vara do teu reino. E imitando-o, ames a justiça, e tenhas ódio à iniquidade. Porque para isso ungiu-te Deus, teu Deus, segundo o exemplo daquele a quem antes do tempo ungiu com o óleo da alegria antes de seus companheiros. Jesus Cristo. Nosso Senhor, que com ele vive e reina, Deus, por todos os séculos dos séculos.


Antitistae: Amen

Bispos: Amém.


O Celebrante e demais bispos levam o Rei, de coroa na cabeça e o cetro na mão, ao trono.

ENTRONIZAÇÃO

Antitistae Sagrans: STA, et retina amodo locum tibi a Deo delegatum, per auctoritatem omnipotentis Dei, et per praesentem traditionem nostram, omnium scilicet Episcoporum, ceterumque Dei servorum; et clerum sacris altaribus propinquiorem perspicis, tanto ei potiotem in locis congruis honorem impendere memineris; quatenus mediator Dei et hominum, te mediatorem cleri et plebis permanere faciat.


Bispo Sagrante: 
OCUPA o lugar que Deus te confiou (o trono),pela autoridade de Deus onipotente, e pela presente investidura nossa, ou seja, de todos os Bispos e demais servos de /Deus, e se vês o clero estar mais próximo dos santos altares, te lembres que ele merece em determinado lugar respeito maior: para que o mediador entre Deus e os homens faça com que tu permaneças mediador entre clero e povo.


Antitistae: Amen

Bispos: Amém.


O Celebrante entoa o Te Deum, e em seguida coloca-se, sem a mitra, à direita do Rei, onde permanece até o fim do Te Deum e das orações seguintes.


TE DEUM


Antitistae Sagrans: Firmetur manus tua, et exaltetur dextera tua.

Bispo Sagrante: Firme-se tua mão, e eleve-se tua direita.


Antitistae Sagrans: Justitia, et judicium praeparatio sedis tuae.

Bispo Sagrante: A justiça e o juízo sejam a preparação de tua sede.


Antitistae Sagrans: Domine, exaudi orationem meam.

Bispo Sagrante: Senhor ouve minha oração.


Antitistae Sagrans: Dominus vobiscum.

Bispo Sagrante: O Senhor esteja convosco.


Antitistae Sagrans: Et cum spiritu tuo.

Bispo Sagrante: E com teu espírito.


Antitistae Sagrans: OREMUS. DEUS, qui victrices Moysi manus in oratione firmasti, qui quamvis aetate languesceret, infatigabili sanctitate pugnabat; ut dum Amalech iniquus vincitur, dum profanus nationum populus subjugatur, exterminatis alienienis, heredidati tuae possessio copiosa serviret, opus manuum tuarum pia nostrae orationis exauditione confirma; habemus et nos apud te, sancte Pater, Dominum Salvatorem, qui pro nobis manus suas extendit in cruce, per quem etiam precamur, Altissime, ut tua potentia suffragante, universorum hostium frangatur impietas, populusque tuus, cessante formidine, te solum timere condiscat. Per eumdem Christum Dominum nostrum.

Bispo Sagrante: DEUS, que firmastes pela oração as mãos vitoriosas de Moisés, que, embora alquebradao pela idade, pelejara com uma santidade incansável; para que após a derrota do iníquo Amalec, após a subjugação dos povos pagãos e a liquidação dos estrangeiros siga uma posse rica de tua herança, confirma a obra de tuas mãos pelo atendimento benigno de nossa oração; temos também nós junto a ti, Pai santo, o Senhor o Salvador, quem por nós estendeu suas mãos na Cruz, por quem também pedimos, ó Altíssimo, para que pelo auxílio de teu poder seja aniquilada a impiedade de todos os inimigos, e teu povo aprenda, cessado o medo, temer somente a ti. Pelo mesmo Cristo nosso Senhor..


Antitistae: Amen

Bispos: Amém.


Antitistae Sagrans: OREMUS. DEUS,inenarrabilis auctor mundi, conditor generis humani, confirmator regni, qui ex utero fidelis amici tui Patrarcae nostri Abrahae praeelegisti REgem saeculis profuturum, tu praesentem insignem Regem hunc cum exercitu suo, per intercessionem beatae Maria semper Virginis, et omnium Sanctorum uberi bene+dictione locuplea; et in solium regni firma stabilitate; et in solium regni firma stabilitate connecte: visita eum, sicut visitasti Moysen in rubo, Josué in praelio, Gedeonem in agro, Samuelem in templo, et illa eum siderea bene+dictione, ac sapientiae tuae rore perfunde, quam beatus David in psalterio et Salomon filius ejus, te remunerante, percepit de coelo. Sis ei contra acies inimicorum lorica, in adversis, salea, in prospereis sapientia, in protectione clypeus sempiternus. et praesta, ut gentes illi teneant fidem proceres sui habeant pacem, diligant charitatem, abstineant se a cupiditate, loquantur justitiam, custodiant veritatem, et ita populus iste sub ejus imperio pullulet, coalitus benedictione aeternitatis, ut semper tripudiantes maneant in pace, ac victores. Quod ipse praestare dignetur, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sacti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Bispo Sagrante: DEUS, inenarrável autor do mundo, quem guia o género humano e confirma o reino, quem da descendência de teu amigo, nosso Patriarca Abraão escolheste o futuro Rei dos séculos, queiras enriquecer com uma abundante benção + este indigne Rei aqui presente com seu exército, pela intercessão da Bem-Aventurada sempre Virgem Maria, e de todos os Santos: une-o com firme estabilidade ao trono; visita-o como visitastes Moisés na sarça ardente, Josué na batalha, Gedeon no campo, Samuel no templo. Concede-lhe uma abundante benção + do céu, e o orvalho de tua sabedoria, que o bem-aventurado Davi recebeu no saltério e Salomão, seu filho, recebeu graças a ti, do céu. Sê para ele uma couraça contra as hostes dos inimigos, um capacete na infelicidade, sabedoria na felicidade, um escudo sempiterno de proteção. Faze com que os povos lhe conservem lealdade, seus nobres mantenham a paz, amem a caridade, se abstenham de cobiça, falem com justiça, respeitem a verdade, e assim viva o povo sob seu governo, unido pela eterna benção e todos permaneçam sempre alegremente na paz, e vitorioso. Isso digne-se conceder aquele que contigo vive e reina em união com o Espírito Santo, Deus, por todos os séculos dos séculos


Antitistae: Amen

Bispos: Amém.

No Ofertório, o Rei vai ao altar de cabela descoberta e oferece ao Celebrante a quantia que desejar, beijando-lhe a mão.

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
(Da Missa)

Antitistae Sagrans: MUNERA, quaesumus, Domine, oblata sanctififica, ut et nobis Unigeniti tui Corpus et Sanguis fiant; et Regi nostro ad obtinendam animae corporístique salutem et ad peragendum injunctum officium, te largiente, usquequaque proficiant. Per eumdem Dominum nostrum Iesum Christum Filium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Bispo Sagrante: PEDIMOS, Senhor, santifica as oferendas para que se tornem para nós corpo e Sangue de teu Unigênito; e ao nosso Rei sirvam sempre, com teu favor, para obter a saúde da alma e do corpo e poder exercer bem o munus recebido. Pelo mesmo nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo Deus, por todos os séculos dos séculos.

Antitistae: Amen

Bispos: Amém.

O Rei comunga no altar, tomando a ablução do cálice do Celebrante.

POSTCOMMUNIO
(Da Missa)

Antitistae Sagrans: HAEC, Domine, oblatio salutaris, famulum tuum N. Regem nostrum ab omnibus tueatur adversis; quatenus ecclesiasticae pacis obtineat tranquilitatem, et post istitus temporis decursum ad aeternam perveniat hereditatem. Per Dominum nostrum Iesum Christum Filium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Bispo Sagrante: SENHOR, esta oblação salutar defenda teu servo N. nosso Rei de toda adversidade, a fim de que obtenha a tranquilidade da paz eclesiástica e chegue, após o percurso deste tempo à herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo Deus, por todos os séculos dos séculos.

Antitistae: Amen

Bispos: Amém.




Continuará com uma breve explicação nossa...

sábado, 4 de agosto de 2012

RITUAL DA "BENÇÃO E COROAÇÃO DO REI" (III)

S.M.I. Dom Pedro I, retratado conforme a tradição portuguesa com a coroa ao lado, já que esta era tratada como pertencente à Imaculada Conceição


ORAÇÃO DA MISSA

Antitistae Sagrans: OMNIPOTENS DEUS, ut fámulis tuus N. Rex noster, qui tua miseratione suscepit regni gubernacula, virtutum etiam omnium percipiat incrementa, quibus decenter ornatus, et vitiorum monstra deitare, et ad te, qui via, véritas et vita ES, gloriosus valeat pervenire. Per Dominum nostrum Jesus Christum Filium tuum, qui tecum vivit, tet regnat in unitate Spíritus Saancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Bispo Sagrante: PEDIMOS, Deus Onipotente, para que te servo N., nosso Rei, que por tua misericórdia recebeu o governo do reino, receba também o incremento de todas as virtudes, elas quais possa evitar os monstros dos vícios, e chegar glorioso a ti que é o caminho, a verdade e a vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo...

Antitistae: Amen
Bispos: Amém.

O Rei recebe do Bispo a espada, é com ela cingido e, tirando-a da bainha, faz no ar alguns movimentos com ela e finge enxugá-la no braço esquerdo.

ENTREGA DA ESPADA

Antitistae Sagrans: ACCIPE gládium de altari sumptus per nostras manus, licet indignas, vic tamen, et auctoritate sanctorum Apostolorum consecratas, tibi regaliter concessum, nostraeque bene+dictionis oficio in defensionem sanctae Dei Ecclesiae divinus ordinatus; et memor esto ejus, de quo Psalmista prophetávit, dicens: Accingere gládio tuo super fêmur tuum potentissime; ut in hoc eumdem vim aequitatis exerceas, molem iniquitates potenter destruas, et sanctam Dei Eclesiam, ejusque fideles propugnes, ac protegas; Nec minus sub fide falsos, quam christiani nominis hostes execreris, ac dispergas; viuas, et pupillos clemente adjuves ac defendas; desolata restaurares, restaurata conserves; ulciscaris injusta, confirmes bene disposita; quatenus haec agendo, virtutum triumpho gloriosus, justitiaque cultor egregius, cum mundi Salatores sine fine regnare merearis.qui cum Deo Pater, et Spiritu Sancto vivit e rgnat Deus, per omnia saecula saeculorum.


Bispo Sagrante: TOMA a espada, tirado do altar por nossas mãos, embora indignas, porém sagradas, em nome e pela autoridade dos santos Apóstolos, espada concedida a ti como rei, e por vontade de Deus destinada por nossa bem+ção para a a defesa da Santa Igreja de Deus; e lembra-te daquilo que o profeta predisse: cinge tua espada e serás forte; para que por ela exerças a força da equidade, destruas vigorosamente a iniquidade, defendas e protejas a Santa Igreja de /Deus e seus fiéis; disperses os inimigos da fé e do nome cristão; ajudes e defendas viúvas e órfãos; restaures o que foi destruído e conserves o que foi restaurado; vingues injustiças, confirmes o bem; e assim mereças por estas ações, glorioso pelo triunfo das virtudes, um exímio cultor da justiça, reinar sem fim com o Salvador do mundo, que com Deus Pai e o Espírito Santo vive e reina por todos os séculos dos séculos.

Antitistae: Amem.
Bispos: Amém.


Continua... 

sábado, 23 de junho de 2012

RITUAL DA "BENÇÃO E COROAÇÃO DO REI" (II)

Estudo para a sagração de Dom Pedro II (Manuel de Araújo Porto-Alegre - 1840)

O Bispo principal se ajoelha, apoiando-se no faldistório. O Rei prosterna-se por terra, apoiado numa almofada, durante o canto da Ladainha de todos os Santos.


DURANTE A LADAINHA DE TODOS OS SANTOS


Antitistae Sagrans: UT hunc in Regem coronandum bene+dice dignéris.
Bispo Sagrante: Para que te dignes abençoar + este eleito para ser coroado Rei.

Todos os bispos presentes acompanham as palavras do celebrante principal e os gestos (cruzes), porém ficando de joelhos, enquanto o principal fica de pé.

Antitistae: Te rogamus audi nos.
Bispos: Te pedimos, ouve-nos

Antitistae Sagrans: UT hunc in Regem coronandum bene+dice, et conse+cráre dignéris.
Bispo Sagrante: Para que te dignes abençoar + e consagrar + este eleito para ser coroado Rei.

Antitistae: Te rogamus audi nos.
Bispos: Te pedimos, ouve-nos.

Pater Noster.
Pai-Nosso.

V. Et ne nos inducas in tentatione.
V. E não nos deixeis cair em tentação.

R. Sed libera nos a malo.
R. Mas livrai-nos do mal.

V. Salvum fac servum tuum, Domine.
V. Salva teu servo, Senhor

R. Deus meus, sperántem in te.
R. Que espera em ti, meu Deus.

V. Esto ei, Domine, turris fortitudinis.
V. Senhor, sê para ele, uma torre forte.

R. A facie inimici.
R. Perante o inimigo.

V. Nihil proficiar inimicus in eo.
V. O inimigo nada consiga nele.

R. Et filius iniquitatis non apponat nocére ei.
R. O filho da iniquidade não posa fazer-lhe mal.

V. Domine, exaudi orationem meam.
V. Senhor, ouve minha oração.

R. Et clamor meus ad te veniat.
R. Chegue meu clamor a ti.

V. Dominus vobiscum.
V. O Senhor esteja convosco.

R. Et cum spiritu tuo.
R. E com teu espírito.

Antitistae Sagrans: OREMUS.
PRAETENDE, Domine, huic fâmulo tuo dexteram coelestis auxilii; ut te Toto corde perquirat, et quar digne postulat, conséqui mereátur.
ACTIONES nostras, quaesumus Domine, aspirando praeveni, et adjuvando prosequere; ut cuncta nostra orátio, et operátio a te semper incipiat, et per te coepta finiatur. Per Christum Dominum Nostrum.

Bispo Sagrante: OREMOS.
CONCEDE, Senhor, auxílio celeste a este teu servo; para que te procure de todo coração, e mereça conseguir o que de digno postula.
INSPIRA, Senhor, nossas ações e ajuda, para que elas prossigam, a fim de que toda nossa oração e ação comece sempre por ti, e seja concluído o que por t foi iniciado. Por Cristo, nosso Senhor.

Antitistae: Amem.
Bispos: Amém.

Os bispos formam um círculo em redor do Rei que é ungido com o óleo dos catecumenos, com um sinal da cruz, na articulação da mão direita, do braço direito e entre as espáduas.


UNÇÃO

Antitistae Sagrans: DEUS, Deis Filius, Jesus Christus Dominus noster, qui a Patre oleo exultatiónis unctus est prae participibus suis; ipse per prasentem sanctae unctionis infusionem Spiritus Paracliti super caput tuum bene+dictionem infundat, eamdemque usque ad interiora cordis tui penetráre faciat; quatenus hoc visibili et tractabili óleo, dona invisibilia percipere, et temporali regno justis moderationibus peracto, aeternaliter cum eo regnare merearis, qui solus sine peccato Rex regnum vivit, et gloriatur cum Deo Patre i unitate Spiritus sancti Deus, per omina saecula saeculorum.


Bispo Sagrante: DEUS, Filho de Deus, Jesus Cristo, Nosos senhor, que foi ungido pelo Pai com óleo da alegria em preferência aos seus companheiros; ele infunda por esta santa unção a benção + do Espírito Paráclito sobre tua cabeça, faça panetrá-la até o íntimo de teu coração, apra que mereças receber por este óleo visível e tangível dons invisíveis, e possas, temrinado o reino temporal com um governo justo, reinar por toda eternidade com Aquele que, único Rei dos reis sem pecado, vive e é glorificado com Deus Pai em união com o Espírito Santo Deus, por todos os séculos dos séculos.

Antitistae: Amem.
Bispos: Amém.

Antitistae Sagrans: OREMUS:
OMINIPOTENS sempiterne Deus, qui Hazael super Syriam, et Jehu super Israel per Eliam, David quoque et Saulem per Samuelem prophetam in Reges inngi fecisti, tribue, quaesumus, manibus nostri opem tuae benedicitionis, et huic famulo tuo N. quem hodie licet indigni, in Regem sacra unctione delinimus, dignam delibutionis hujus efficaciam et virtutem concede; constitue. Domine, principatum super húmerum ejus, ut sit fortis, justus, fidelis, providus, et indefessus regni hujus, et populi tui gubernator, infideleium expugnator, justitiiae cultor, meritorum et demeritorum remunerator, Ecclesiae tuae sanctae, et fidei christianae defensor, ad decus, et laudem tui nominis gloriosi.
Per Dominum nostrum Jesum Christum Filium tuum, que tecum vivit et regnat in unitate Spiritus sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Bispo Sagrante: ONIPOTENTE sempiterno Deus que fizeste ungir para reis Hazael sobre a síria, e Jehú sobre Israel por Elias, Davi e Saul pelo profeta Samuel, confere, pedimos, a nossas mãos a força de tua benção, e a este teu servo N. a quem, embora indgnos, ungimos hoje pela santa cruz para Rei, concede eficácia e virtute desta efusão; constitui, Senhor, sobre seus ombros um Principado forte, justo, fiel, prudente. Seja ele um governante incansável deste reino e de teu povo, expulsando os infiéis, cultuando a justiça, premiando merecimentos e punindo faltas, um defensor de tua santa Igreja e da fé cristã para honra e louvor de teu ome glorioso. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo Deus, por todos os séculos dos séculos.


Antitistae: Amem.
Bispos: Amém.

O Rei se retira para seu camarim, retirando o algodão colocado sobre os lugares ungidos, e mudando os trajes com outros mais solenes. Inicia-se a Missa e segue até o Gradual inclusive.

Continua...

domingo, 13 de maio de 2012

RITUAL DA "BENÇÃO E COROAÇÃO DO REI" (I)

Coroação de D. Pedro I, Jean-Baptist Debret


Devem ser convidados todos os bispos do país para se reunirem na cidade onde se realizará a coroação. O Rei se prepara por três dias de jejum: Quarta, Sexta-Feira e Sábado da semana anterior à coroação, que se realizará no Domingo seguinte.

O Rei, em uniforme militar, é recebido à porta da Catedral por dois bispos e levado ao bispo que preside a cerimônia, sentado este num faldistório em frente do altar, onde se realiza o "Interrogatório" e a "Instrução", seguidos pelo "Juramento" e "Benção".

INTERROGATÓRIO


Antitistae: REVERENDISSIME Pater, postulat sancta mater Ecclesia catholica, ut praesentem egregium militem ad dignitatem regiam sublevetis.
Bispos: Reverendíssimo Padre: a santa Mãe, a Igreja Católica, pede que eleveis à dignidade real o exímio militar aqui presente.

Antitistae Sagrans: Scitis illum esse dignum, et utilem ad hanc dignitatem?
Bispo Sagrante: Sabeis, se ele é digno e útil para esta dignidade?

Antitistae: Et novimus, et credimus eum esse dignum, et utilem Ecclesiae Dei; et ad regimen hujus regni.
Bispos: Sabemos e cremos que ele é digno e útil para a Igreja de Deus e o governo deste Reino.

INSTRUÇÃO


Antitistae Sagrans: Cum hodie per manus nostras, optime Princeps, qui Christi Salvatoris nostri vice in hace re fungimur (quamvis indigni) sacram unctionem, et Regni insignia sis susceptúrus; bene est, ut te prius de onere ad quod destinataris, moneamus. Regiam hodie suscipis dignitatem, et regendi fidelies populos tibi commisos curam sumis Praeclarum sane inter mortales locum, sed discriminis, laboris, atque anxietatis plenum. Verum, si consideraveris, quod omnis potestas a Domino Deo est, per quem Reges regnant, et legum conditores justa decernunt; tu quoque de grege tibi commisso ipsi Deo rationem et redditurus. Primum, pietatem servábis: Dominum Deus tuum tota mente ac puro corde coles, Christianam religionem ac fidem Catholicam, quam ab incunabulis professus es, ad finem usque inviolatam retinebis, eamque contra omnes adversantes pro viribus defendes. Ecclesiarum Praelatus, ac reliquis Sacerdotibus condignam reverentiam exhibebis. Ecclesiasticam libertatem non conculcabis. Justitiam, sine qua nulla societas diu consitere potest, erga omnes inconcusse administrabis, bonis praemia, noxiis debitas poenas retribuendo. Viduas, pupillos, pauperes, ac debiles ab omni oppressione defendes. Omnibus te adeuntibus benignum, mansuetum, atque affabilem, pro regia tua dignitate te praebebis. Et ita te gere, ut non ad tuam, sed totius populi utilitatem regnare, praemiumque benefactorum tuorum, non in terris, sed in coelo expectare videaris. Quod ipse prastare dignetur, qui vivit et regnat Deus, in saecula saeculorum. 
Princeps: Amen.

Bispo Sagrante: Como receberás hoje, caro Príncipe, por nossas mãos, atuando nos nesta cerimônia, embora indignos, no lugar de nosso Salvador Jesus Cristo, a santa unção e as insígnias do Reino, é conveniente que te advirtamos antes do ônus ao qual te destinas. Recebes hoje a dignidade Real em assumes o dever de reger os povos fiéis a ti confiados. é um posto preclaro entre os mortais, porém cheio de perigo, labor e angústia. Na verdade, se considerares que todo poder vem do Senhor Deus, pelo qual os Reis reinam, e os legisladores fazem justiça, verás que também terás de prestar contas ao próprio Deus da grei a ti confiada. Primeiro cuidarás da piedade: cultuarás o Senhor teu Deus de toda mente e dum coração puro, conservarás íntegra até o fim a Religião Cristã e a Fé Católica que professastes desde o berço e a defenderás quanto puderes contra todos os inimigos. Aos Prelados da Igreja e demais Sacerdotes mostrarás o devido respeito. Não diminuirás a liberdade da Igreja. Farás sem vacilação a todos Justiça, sem a qual nenhuma sociedade pode sobreviver, atribuindo aos bons prêmios, aos maus as devidas penas. defenderás de toda opressão viúvas, órfãos, pobres e desvalidos. Te mostrarás benigno, manso, afável dentro de tua dignidade real a todos que te procuram. E de tal modo procederás que se veja tua intenção de reinar não apra tua utilidade, mas aquela do povo inteiro, e de receber o prêmio de tuas ações não na terra, mas no céu. Isso digne-se de conceder Deus que vive e reina pelos séculos dos séculos. 
Príncipe: Amém.


JURAMENTO


Princeps: EGO N. Deo annuante, futurus Rex N. profiteor, et promitto coram Deo et angelis ejus deinceps legem, justitiam et pacem Ecclesiae Deis, populoque mihi subjecto pro posse et nosse facere ac servare, salvo condigno misericordiae Deis respectu, sicut in consilio fidelium meorum melius potero invenire. Pontificibus quoque Ecclesiarum Dei, condignum et canonicum honorem exhibere: atque ea, quae ab Imperatoribus, et Regibus Ecclesiis collata, et reddita sunt, inviolabiliter observare. Abbatibus, Comitibus, et Vasallis meis congruum honorem, secundum consilium fidelium meorum praestare.
Sic me Deus adjuvet, et haec sancta Deis Evangelia.

Príncipe: Eu N., com favor de Deus futuro Rei N., professo e prometo diante de Deus e dos Anjos, de promover e conservar conforme puder e souber, a leis, a justiça, e a paz da Igreja de Deus e do povo sob minhas ordens, com o devido respeito e misericórdia de Deus, como melhor puder encontrar com o conselho de meus fiéis assistentes. Aos Pontífices das Igrejas de Deus prestar as devidas honras previstas pela lei canônica, e de observar inviolavelmente o que pelos Reis foi atribuído e conferido às Igrejas. Aos Abades, Nobres e Vassalos meus prestarei a conveniente honra, segundo os conselhos de meus fiéis assessores.
Que Deus me ajude, e estes santos Evangelhos de Deus. 

BENÇÃO

Antitistae Sagrans:
OREMUS: OMINIPOTENS sempiterne Deus, Creator omnium, Imperator Angelorum, Rex regum, et Dominum dominantium, qui Abraham fidelem servum tuum de hostibus triumphare fecisti, Móysi, et Josué populo tuo pralatis multiplicem victoriam tribuisyi, humilemque David puerum tuum regni fastigio sublimasti, et Salomonem sapientiae pacisque ineffabili múnere ditasti, réspice quaesumus, Domine, ad preces humilitatis nostrae et super hunc famulum tuum N. quem supplici devotione in Regem eligimus, bene+dictionum tuaarum dona multiplica, eumque dexterae tuae potentia semper, et ubique circumda, quatenus praedicti Abrahae fidelitate firmatus, Móysi mansuetudine fretus, Josue fortitudine munitus, David humilitate exaltatus, Salomonis sapientia decoratus, tibi in omnibus complaceat, et per tramitem justitiae inoffenso gressu semper incedat; tuae quoque protectionis galea munitus, et scuto insuperabili jugiter protectus, arminisque coelestibus circumdatus, optabilis de hostibus sanctae crucis Christi victoriae triumphum feliciter capiat, terroremque suae militantibus laetanter reportet. Per Christum Dominum nostrum, que virtute sanctae crucis tártara destruxit; regnoque diaboli superato, ad coelos victor ascendit, in quo potestas omnis, regnique consitit victoria, qui est gloria humilium, et vita salusque populorum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Bispo Sagrante: 
Oremos: ONIPOTENTE, eterno Deus, Criador de todos, Imperador dos Anjos, Rei dos reis, Senhor dos senhores, que fizestes Abraão teu servo fiel, triunfar sobre os inimigos, concedestes muitas vitórias a Moisés e Josué, propostos ao teu povo, que elevastes teu humilde jovem Davi à dignidade do reinado, que enriquecestes Salomão com o inefável dom da sabedoria e paz, atende, Senhor, nossas humildes preces e multiplica sobre este teu servo N., a quem elegemos em súplice devoção para Rei, os dons de tuas ben+çãos, munindo-o sempre e por toda parte com o poder de tua benção; para que ele, firme na fidelidade como o mencionado Abraão, apoiado na mansidão como Moisés, munido da fortitude como Josué, louvável na humildade como Davi, ornado de sabedoria como Salomão, te agrade em tudo e proceda sempre no caminho da justiça inviolada; também munido do elmo da tua proteção, bem protegido por um escudo invencível, circundado de armas celestiais, obtenha feliz o triunfo duma bela vitória sobre os inimigos da Santa Cruz de Cristo, cause a estes o terror por seu poder, e leve satisfeito paz a teus soldados. Por Cristo Nosso Senhor, que destruiu o inferno pela força da santa Cruz, subiu vitorioso ao Céu após a derrota do reino do demônio, no qual se baseia todo poder e toda vitória do reino, quem é a glória dos humildes, vida e salvação dos povos - quem contigo vive e reina em união com o Espírito Santo Deus por todos os séculos dos séculos. Amém.


Continua...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

MATERIAL QUE INDIQUEI AO NOUGUÉ

Caro,
Fico feliz que tenham tido esse efeito, porque era exatamente o que buscávamos. Sem o mínimo de paz entre os espíritos, a discussão doutrinal tende a perder-se.
Pois bem, peço que, sim, se puder, me vá enviando todos os documentos, tanto os relativos ao século XIX quanto à atualidade. Eu os poderia procurar, mas entenda: além de eu não ser bom nas coisas da Internet, não estou bem de saúde; tive um infarto a menos de um mês e ainda não me sinto bem, além de esperar ainda o resultado de exames mais acurados. Saiba que toda esta intervenção minha neste assunto se fez à custa de mim mesmo. Não o digo para despertar nenhum sentimento, creia-me, por favor; mas apenas para pedir-lhe que me muna dos referidos documentos, o que me poupará esforços extras que não posso e não devo ter.
O senhor há de entender, ainda, que em benefício da ordem da própria série que escreverei (e que não começo agora mesmo por causa dos problemas referidos), só tratarei o caso dos Braganças na parte final. E repito: concluirei segundo o que me for dado ver, incluindo os documentos que me mande. Com respeito a coisas históricas e singulares como o são as políticas (coisas pois não necessárias, mas contingentes e acidentais no sentido aristotélico-tomista), é preciso ter o espírito aberto para uma multidão de dados. Tê-lo-ei, creia-me.
Agradeço também, e despeço-me em comunhão de orações.
Carlos Nougué

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AMICI
Tenho uma lista um 'Quê" de longa. E poucos serão os meios eletrônicos. Tentarei mandar "e-books" ou "links" de tais "e-books".
Há também ums lista excelente de livros sobre as propostas atuais do Reigme Monáriquico, e outras de propostas antigas, que influenciam os monarquiscas todavia.
Aí vai uma primeira saraivada:"Pode-se dizer que todo poder procede do povo?"Afirmar que todo poder procede do povo significa que nenhum poder tem outra procedência que ão seja o povo. E isso implica, como se depreende do ensinamento constante dos Papas, a negação de Deus enqaunto fonte primeira do poder." (Cap V, pág. 100)
Esse trecho é do Livro "Parlamentarismo Sim! Mas à brasileira, com monarca e Poder Moderador" de Armando Alexandre dos Santos. Esse livro foi praticamente o Catecismo político que Dom Luiz de O. e B. aprovou para a propaganda do Plebiscito de 93, o que fez ele merecer vitupérios perpétuos de seu primo liberal Dom Pedro Gastão, herdeiro ilegítimo pela renúncia do pai. Deste ramo saíram aquelas figuras que entraram em cena fazendo propaganda anti-Dom Luiz e e anti-dom Bertrand, uns dizendo que eram os legitimos herdeiros, e outros querendo que dom Antônio, irmão dos dois assumisse o trono na eventual restauração plebiscitária. No pano de fundo estava a crítica à essa página específica, Dom Luiz e dom Bertrand querem restaurar uma monarquia baseada na origem divina do poder, enquanto o dito Ramo de Petropólis queria uma monarquia liberal tipo holandesa.

Há também "O Poder Moderador" e "A Revolução Francesa e o Brasil" de João de Scantimburgo. Na questão democrática ele é um pouco maritainista e é blOndeliano então não posso garantir a ortodoxia das idéias dele. No entanto ele rejeita o Vaticano II. E utiliza muito o "Governo dos Príncipes." Nunca vi nenhuma recomendação dele nos círculos católocos-monarquistas... aliás, nem pelos monarquistas meramente políticos, que os há de toda espécie... embora os liberais em sua maioria apoiem o Dom Joãozinho... que é do ramo ilegitimo e republicano de Petrópolis.
Vou mandando indicações de livros conforme consiga.

Sobre a "Questão Religiosa", e na verdade, desvinculando o fechamento dos noviciados da "Questão..." temos "Nabuco de Araújo: Um Estadista no Império" de Joaquim Nabuco, seu filho, nesse livro Joaquim Nabuco conta todos os méritos do pai, que mereceu condecoração de Pio IX e S. Pio X, em defender Dom Vital. MAs o mais espantoso nese livro é como Dom Antônio Macedo e Costa e NAbuco de Araújo, com Pedro II e o papa Pio IX fecharam os noviciados no Brasil jsutamente porque as Ordens Religiosas estavam totalmente decaídas, pululavam de maçons (especialmente os carmelitas), os beneditinos tinham escravas, e as franciscanas escravos... os noviciados foram fechados pela Igreja e pelo Estado, e juntos eles programaram sua reabertura com um plano detalhado na aplicação dos bens apreendidos trazendo superiores e mestres de noviço da França e da Alemanha. Neste livro está toda a correpondência do Bispo do Pará e do Senador orquestrando o plano de restauração da vida religiosa.
Sobre Dom Pedro II, tem "Revivendo o Brasil Império" de Leopoldo Bibiano Xavier, É um apanhado de anedotas históricas, mas nele há uma interessante disputa teologica entre Dom Pedro II e um reitor de seminário, onde de fato Dom Pedro II, demonstra um pensamento deturpado sobre as questões religiosas e políticas, as questões mistas... na qual ele acreditava ter proeminência... mas mesmo não entendendo, ou não aceitando, ele resolveu daquela hora em diante, não mais se pronunciar no assunto se sua posição contrariava a Doutrina da Igreja. Há muita soutras anedotas interessantes, especialmente, a mais impressionante, a que ele rejeita conferir o título de Bacharelado a um estudante de Direito porque o dito estudante não soube responder uma questão de catecismo... o imperador indagou: "De que te adianta saber as leis dos homens se ignoras as de Deus?" Era sem dúvida alguém com péssima formação e péssimas convicções políticas... mas com um coração totalmente submisso aos Dogmas e piedoso, como se depreende do Diário da Peregrinação à Terra Santa.

Com o tempo lhe mando mais indicações de material.
Salve Maria.

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Muitíssimo obrigado. Lerei todos, detidamente, se os conseguir. Vá mandando, vá mandando. Sou leitor bem rápido, e, como me tenho de deslocar por todo o Brasil para dar aula, passo as viagens lendo.

Em Cristo,

Carlos

E, sim, vou imprimir já o que já me mandou. Abraço agradecido.

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Continuando a cessão de material:

Aqui está o trecho da Constituição vigente que entrava e nos força a admitir a manutenção da Federação:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

O Art. 60, § 4º, III - Proíbe expressamente toda proposta de abolir a forma federativa. Como isso não é essencial ao movimento monárquico, dom Luiz aprovou o programa do Pró-Monarquia, com a proposta de mantê-la.

Existe também a Lei de Segurança Nacional, Lei 7170 de 14 de dezembro de 1983. Que considera até crime participar de organizações que proponham a abolição do sistema vigente.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7170.htm

Em suma, há certas coisas que temos que tolerar para manter o movimento monárquico na legalidade. Mandei essas duas leis, porque é nesse sentido que o "Parlamentarismo, Sim!" do Armando Alexandre dos Santos deve ser interpretado, embora acrdito que ele cite os motivos para o moviemnto se calar em certas matérias. MAs, o senhor, como deve saber por ter lido Santo Tomás, entende que quando uma lei contraria a lei natural pode ser obedecida para manter a ordem. Nunca é calro quando desobedece a Lei Divina. Além do que, pelo que depreendi de outros estudos a Federação seria até interessante por tornar a Monarquia um sitema Temperado, como as monarquias medievais. Mas, me aprece que os Príncipes apenas a toleram, não pensam efetivamente nela desta forma, preferindo focar na "municipalidade", tese portuguesa de António Sardinha em conformidade com as tradições lusitanas... e creio, que como herdeiros do Império Português, algo que bem assentaria no Brasil
Sobre Dom Pedro IDiscursos, de Brasiliano Machado - Político que recebeu de são Pio X o título hereditário de Barão Pontifício e ante disso de Leão XIII, a comenda da Cruz "Pro Ecclesia et pro Pontifice". Nesse livro ele reúne textos de Dom Pedro I, entre eles o discurso do dia 10 de novembro de 1826, a criação da Bandeira e simultaneamente da Consagração do Brasil à Nossa Senhora Aparecida.

A obra 1822 de Laurentino Gomes é liberal e zomba de tudo que era bom no Império de Dom Pedro I. MAs é um resumo interessante e fiel Às fontes, apesar disso. Mostra por exemplo, todos os maçons que foram condenados à morte por dom Pedro I, incluindo, os que fugiram de Portugal quando Dom João VI retomou o poder absoluto. Ali ele cita que a cabeça do maçom que exilou sua mãe Dona Carlota e Dom Miguel, seu irmão, durante o governo constitucional, foi mandada de presente à sua mãe. Se baseia muito numa outra mais detalhada e melhor:

A Vida de Dom Pedro I, de Octávio Tarquínio de Sousa,

Tem também um artigo interessante de um maçom, Pedro Neves, que é um tratado de ódio à D. Pedro I, que fica bem claro só se exerce entre os maçons mais empedernidos, os do círculo de dentro, como diz Chesterton, em o Homem que foi Quinta-Feira:http://www.pedroneves.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=3205783
Parece-me que os maçonzinhos de quinta, os de nem cheiram nem fede, é que ficam deslumbrados quando se diz que dom Pedro foi maçom, [conheci um desses 'inocentes úteis' da maçonaria, que queria que o Latim fosse ensinado nas escolas e o tomismo ensinado nas Faculdades de Filosofia e Direito], e esses maçonzinhos de queinta até viram monarquistas (embora geralmente, adiram ao Ramo iberal de Petrópolis e não a dom Luiz). Já os maçons dos altos escalões, esses são como o Pedro Neves aí em cima.

QUESTÃO RELIGIOSA

A Constituição do Império, está disponível no monarquia.org (que não é lá o melhor site, aliás, há poucos com orientação 100% católica tradicional). Mas o texto aqui está na íntegra, ao contrário do texto do Planalto, que está sem o prefácio de Dom Pedro I:
http://www.monarquia.org.br/NOVO/obrasilimperial/constituicaoimperial.html
Ela começa bem diferente das constiuições modernas, até das melhores como a atual húngara, nela o Imperador diz:"Em nome da Santíssima Trindade"
Isso é um claro reconhecimento da Origem divina do Poder, e especificação clara de qual Deus tutela a pátria. Não a expressão vaga de 'colocamo-nos sob a proteção de Deus" sem dizer qual, nem reconhecer que ele deva governar ou que seja ele a origem do poder do Estado. Ess aé uma das linhas gerais da Constiuição Imperial. Mas chamo atenção especial pors art. 5º, e todos os outros em que O Regente deveria jurar fidelidade e defender a Religião Católica. O imperador antes de ser coroado, todos os membros do senado, da câmara dos deputados e todos os políticos. Essa é uma das linhas gerais que serão restauradas pelas propostas de Dom Luiz e Dom Bertrand, e por D. Atônio.
Sobre o Padroado como um todo, nessa constuição, não encontrei ainda nenhum documento papal desabonando-o. Embora Dom Antônio de Macedo e Costa dele não gostasse... mas se meu amigo Fernando permitir, te passo o projeto de TCC em História dele, no qual ele trata o padroado no Brasil. Com certeza ele tem fontes fiáveis para estudá-lo. Uma coisa interessante seria estudar o padroado emt odas suas formas desde a Concordata de Worms. De fato, o Império Austro-húngaro tinha direito à veto na eleição do papa, o mperador do sacro-Império tinha direito a veto às Bulas papais, e muitos reis e imperadores direito à veto ou indicação dos bispos de seu país. Carlos II, da Espanha e V do Sacro-Império, vetou a Sublimus Dei e a Veritas Ipsa de Paulo III que proibiam a escravidão e excomungariam. Muito se fala do silêncio do imperador Dom Pedro II e que ele rejeitou o placet às ordens de Pio IX, mas, temos que pesquisar bem não só a história mas como funcionava o paroado para saber quais meios o imperador dispunha em dar esse placet (que nem negou nem confirmou), e como ele poderia fazer isso sem arriscar o trono (visto que o Chefe do Governo era o Visconde de Rio Branco, grão-mestre da maçonaria, e por ter este cargo estava dotado do poder de depôr o Imperador), na tese de TCC do meu amigo tem informações maiores sore isso. Sobre as votações que ocorreram no senado e na câmara dos deputados para julgar se Dom Vital e Dom Macedo deviam ser julgados, se tinha memso coemtido um ilícito em aplicar uma ordem sem placet, até uma votação proposta por Dom Pedro para julgar se a Lei do Placet era constitucional ou não. Sim. considero que ele errou com os bipos... mas por não ter feito tudo que podia... coube à Princesa Isabel e ao Duque de Caxias manobrar a política, derrubar Paranhos e libertar os bispos. Outra fato, interessante... Depois da Questão Religiosa, dom Pedro concedeu a Dom Macedo o título de Conde de Belém, e do papa Pio IX, recebeu a grã-Cruz de Cavaleiro do Santo Sepulcro. são coisas a se considerar para não cometer juízo temerário, nem julgar um homem, um governo, por um único erro.Sobre o Fim do Império
Conferências Anchietanas - Obra conjunta de Eduardo Prado, Brasilio Machado e Joaquim Nabuco.

A Ilusão Americana - Eduardo Prado. Desfaz a msitificação do presidencialismo e rebate item a item os erros da república nascente.

A Revolta da Armada - Joaquim Nabuco. Conta como a Marinha Brasileira tentou derrubar o Floriano Peixoto e restaurar a Monarquia, com auxílio dos Espanhóis. E como Floriano malogrou seu intento com auxílio dos yankees.

Os Sertões - Euclides da Cunha. Passou pra histórica como ficção literária sobre o movimento messiânico de um doido, mas é um trabalho eminentemente jornalístico, que relata o que Euclies da Cunha chamou de "Nossa Vendeia". Há umas teses recentes de historiadores desmitificando Canudos, que posso apontar também.
Sobre o Movimento Monárquico
Tenho pouca coisa do início. Procure por Sebastião Pagano, fundador do Diretório Monárquico, e súdito sempre fiel da Princesa Isabel, nossa Isabel, a Católica.

Procure também, Arlindo Veiga dos Santos, é que dele só tenho uma tese de doutorado em História de Teresa Malatian, que não está disponível no mercado. Só existem duas cópias, a original com a autora, e a que ficou na bancada e foi encontrada por um amigo que comprou, e da qual xeroquei. Mas o movimento Patrionovista era muito interessante e fundado com inspiração no Integralismo Lusitano. Era realmente oque havia de melhor, com proposta eficientes de estabelecer o Regime do Pai cm Corporações de Ofício, Corpor Intermédios, Nobreza Hereditária, e claro, União entre Igreja e Estado e abolição de todas as aparências liberais do Império. Tiveram um certo apoio de Dom Pedro Henrique, pai de Dom Luis. Esse Arlindo Veiga, traduziu o "Regime do Príncipe" de Santo Tomás. E até hoje, seu trabalho é a única tradução nacional desta obra incrível do Doutor Angélico.

No site abaixo tem livros interessantissimos, e outros liberais,http://www.majestatis.com.br/livros.html

os mais interessntes para um histórico do movimnto monárquico são:
Dom Pedro Henrique, o Conestável das Saudades e da Esperança
Armando Alexandre dos Santos

Dom Luís de Orléans e Bragança
Peregrino de impérios
Teresa Malatian

Nos próximos mandarei vídeos de conferências e material sobre Dom Luiz e Dom Bertrand.
SM.
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Gratíssimo, uma vez mais.

E um esclarecimento: segundo S. Tomás, uma lei positiva humana que fira a lei natural não pode ser aceita. Em certos casos, nos que forem contra os princípios da lei natural, deve ser desobedecida e atacada publicamente. Em outros casos, nos que forem apenas contra itens secudários (conquanto importantes) da lei natural, nunca se deve aceitá-la em foro íntimo, embora possamos aceitá-la publicamente em prol da paz social.

Abraço.


Carlos

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Corrigindo o que escrevi:

E um esclarecimento: segundo S. Tomás, uma lei positiva humana que fira a lei natural não pode ser aceita. Quando tal lei não for contra os princípios mesmos da lei natural, deve ser desobedecida e atacada publicamente. Quando for apenas contra itens secudários (conquanto sempre importantes) da lei natural, nunca se deve aceitá-la em foro íntimo, embora possamos CALAR COM RESPEITO A ELA E CUMPRI-LA publicamente em prol da paz social.

Mas não creio que em si o federalismo implique infração à lei natural. Tampouco o parlamento. Mas a fere, sim, o sufrágio universal.

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Sem exemplos fica difícil entender. Eu confundi então o postulado de Santo Tomás. O "Governo do Prícnipe" traduzido pelo Arlindo Veiga está na minha lsita de material para aquirir e difundir nos círculos monárquicos, mormente os católicos.
Me parece que os príncipes tratam assim o federalismo, calam, apenas por que objetivamente é secundário. Mas, pelo pouco que entendo de federações e confederações, o sitema é antigo, não chega a ser revolucionário, dependendo de como se instaure e como funcione. Nossa Federação funcionaria como os antigos Fueros de Espanha submissa a um poder central, mas autónoma.

Mas, já que estamaos aqui, parte final das indicações

Há dois manifestos interessantes de Dom Luiz, filho da Princesa Isabel:http://imperiobrasileiro-rs.blogspot.com/p/dom-luiz-de-orleans-e-braganca-o_16.html

VIDEOS DE ENTREVISTAS E PRONUNCIAMENTOS
Dom Antônio de Orleans e Bragança:
Esta entrevista gerou rebuliços e ódios frementes, porque Dom Antônio disse que "Não há melhor constituição que os 10 mandamentos!":
Iº Partehttp://www.youtube.com/watch?v=blHI1zkr6to
II º Partehttp://www.youtube.com/watch?v=RNgvvfF9ucU
IIIº Partehttp://www.youtube.com/watch?v=6xaCe441VVc
IVº Partehttp://www.youtube.com/watch?v=KGFIabTM588&feature=related
Vº Partehttp://www.youtube.com/watch?v=YIR026Oe-dM&feature=related
VIºPartehttp://www.youtube.com/watch?v=6iXfSJuFbik&feature=related
Finalhttp://www.youtube.com/watch?v=2cusYOz7cjY&feature=related

Dom Luiz de Orleans e Bragança.Sobre o programa Monarquia 21http://www.youtube.com/watch?v=p06csjYLsLs&feature=results_video&playnext=1&list=PLE0A8B0224FF3C5A1
O programa da Juventude Monárquica de 1995 tá difícil de encontrar... assim que conseguir passo. Nele Dom Luiz reconhece que é impossível a União entre Igreja e Estado enquanto a Igrjea estiver em crise.
Dom Bertrandhttp://www.youtube.com/watch?v=Std-zB6jSkY&feature=related
Sobre o monarquia21http://www.ipco.org.br/home/noticias/veja-o-video-do-painel-a-catolicidade-da-princesa-isabel-vista-por-um-bisneto
Neste ele defende a União entre Igreja e Estado.http://www.youtube.com/watch?v=GfJBbTyJb3s
Contra o MST, o aborto e PNDH-3 e a PLC122http://www.youtube.com/watch?v=5xWeF1s7Vrc
Contra MSThttp://www.youtube.com/watch?v=hoz6D88udfE
Sobre o aborto. http://www.youtube.com/watch?v=fXJXBMZB1OI
O final é o mais anti-liberal possível: "Uma sociedade só dará certo com a união do Estado com a Igreja."
As apoiadas por elesCoronel Paes de Lira, último parlamentar a contrariar os planos da Vanucchi:http://www.ipco.org.br/home/noticias/assista-ao-vivo-a-palestra-sobre-ideologia-de-genero-uma-arma-psicologica-contra-a-familia


Acho que é só... pelo menos a parcela de tudo que vi, li e ouvi... pra chegar às conclusões que cheguei.

SM

Luiz Cordeiro Mergulhão Silva
"Se eu avançar, segui-me. Se eu morrer, vingai-me. Se eu recuar, matai-me." (Henri de La Rochejacquelain)

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Gratíssimo pelo novo envio.

Exemplo: nem sequer um médico sob as ordens de um hospital e sob o amparo de uma lei positiva (iníqua) pode paraticar um aborto ou cometer eutanásia. Proceder de outro modo sria ferir um dos princípios da lei natural. Mas não só podemos como devemos pagar o imposto de renda, embora ele seja iníquo do ponto de vista da justiça distributiva -- porque não atinge um ponto central da lei natural.

Grato e abraço.

Carlos
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Tenho que parar com as citações avulsas (de memória)... mas, ultimamente, pensando melhor, e embora percebendo que existe entre os príncipes um certo preconceito com a federação, a ponto deles apenas a tolerarem, porque a Lei a isso obriga todo brasileiro, penso que, a Federação não fere a Lei Natural, é apenas um modo administrativo jus-positivo, que sempre funcionou na Suiça, e analogamente na Espanha desde de unificação. Não recordo se o Arlindo Veiga dos Santos defendia o federalismo, como um dos meios de restaurar o império sob uma ótica mais católica, e portanto dentro do que o João de Scantimburgo chama de evolução natural da nossa monarquia em direção às instituições lusitanas tradicionais (O Poder Moderador colocava o monarca acima dos demais poderes e como árbiro supremo da nação, deveria jurar fidelidade e proteção à Igreja [art. 107 da Constituição Imperial], deveria ser sagrado e coroado pelo Bispo da capital, e com a criação do parlamentarismo em 1850, justamente pela proeminência que o Imperador tinha sobre o parlamento, em virtude do Poder Moderador, nosso parlamento, embora tivesse o nome, funcionava mais cmo as Cortes do Antigo Regime português do que como um parlamento liberal). Sei no entanto que o Arlindo e os patrionovistas, postulavam a autonomia das corporações de ofício e dos municipios como este meio para tornar nossa monarquia constitucional o mais próxima possível da monarquia temperada lusitana medieval. O Scamtimburgo, por mais que admita a tese de que nossa monarquia evoluia pouco a pouco (e com todo o cuidado, estávamos no sécuo XIX, cercados de republiquetas maçônicas, aliás, num mundo cada dia mais maçônico e liberal) nesse sentido, é muito pessimista quanto à Causa da Restauração. Esqueci de indicar também o livro "Estudos de Direito" de Tobias Barreto. É um livro péssimo. E por isso mesmo indico. Serve para demosntrar que ideologia estava por trás da república e da extinção do poder moderador. Tobias Barreto dedica umas 30 páginas para zombar do poder moderador e da união entre a Igreja e o Estado.

Estou tentanto achar o discurso, ou exortação por carta, de Dom Luiz à Juventude Monárquica em 1995, salvo engano. Poderia jurar que a tinha no PC, ou no blog, mas enganei-me. Este apela aos jovens é muito improtante para percebermos que a proposta dos príncipes se afasta em muitos pontos do liberalismo... tanto quanto se possa. Afinal, temos que lembrar que Onu, Unesco, Unicef, OIT e todas essas organizações estão de olho sobre toda proposta que não lhes agrada, e política externa com esses caras, numa restauração, deve ser formulada com toda diplomacia possível... enfim, assim que encontrar o discurso, ou carta, eu te mando.

Bom, o exemplo do aborto é mais pungente... e contrário à Lei Divina também. Aliás um dos motivos de eu apoiar os Bragança de hoje e de ontem. Uma constituição que declare o Estado Confessional Católico (e não vagamente cristão), ainda que com tolerância aos cultos que já estão grassados, é uma evolução diante do mundo liberal, e a unção por um arcebispo então (atualmente só o Rei Letsie III, do Lesotho é ungido por um bispo católico). Um Poder Moderador capaz de vetar as decisões do STF (pró-aborto eugénico de anencéfalos e pró união homossexual), que consagre a família tradicional em cláusula pétrea e ilegalize as atividades do MST, destruindo o princípio de 'função social da propriedade', pra mim, é um bem evidente. Nesse sentido o "Parlamentarismo, Sim!" é o melhor livro sobre propostas do movimento monárquico. E o programa patrionovista o segundo passo dos católicos, após o estabelecimento das propostas acima, em resumo, utilizar os sindicatos tal qual previstos na OIT, mas infiltrar-se neles, colocando-lhes dirigentes católicos, ou com bons idéarios ao menos, de forma a tirá-los da orientação comunista em que foram direcionados desde o século XIX, e transformá-los pouco a pouco, funcionalmente, em corporações de ofício (penso às vezes que essa era a ideologista dos falangistas e fascistas... mas não é bom espalhar a notícia).

SM.

Luiz Cordeiro Mergulhão Silva
"Se eu avançar, segui-me. Se eu morrer, vingai-me. Se eu recuar, matai-me." (Henri de La Rochejacquelain)
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Caro,

Grato por todas as explicações.

Mas o que entende por Lei Divina? Se se trarta da Lei Eterna, ninguém a conhece in totum. É a lei geral de Deus segundo a qual Ele governa o universo mediante sua Providência. O que se pode conhecer como partes da Lei Eterna é o seguinte:

a) a Lei Natural, cujos princípios alcançamos, antes de tudo, mediante o habitus da sindérese, mas também pelas conclusões da ciência ética ou moral;

b) A Lei Divina Positiva, que é dada por Revelação (e que se divide em Lei Antiga e Lei Nova, esta definitiva).

Se insisto neste tema, é porque sei que há grande confusão entre Lei Eterna e Lei Divina Positiva. O aborto é, antes de tudo, contra a Lei Natural. Por isso é que até não católicos (protestantes, alguns poucos ateus, etc.) podem ser contra ele. É verdade que a Lei Antiga, mediante a tábua dos Mandamentos, incopora no mandamento "não matar" o aborto; temos neste caso a parte da Lei Antiga que não foi revogada pela Lei Nova. Nem o poderia, exatamente porque se o fizesse iria contra a Lei Natural.

Abraço.

Carlos

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No texto em questão estava me referindo à Lei Divina Positiva (a Antiga Lei, que nos seus princípios morais permanece vigente, embora nos cerimoniais não. Pelo menos é isso que me lembro da Summa). No final das contas Lei Natural é a participação da criatura na Lei Eterna. Salvo engano.
Agora, preciso rever aquele trecho sobre desobediência às leis positivas... juraria, que qualquer medida positiva que contrariasse a lei natural, poderia ser obedecida externamente para salvaguardar a ordem, e só devia ser desobedecida se contrariasse a Lei Divina Positiva. Me confundi nesse aspecto. [:P]

Encontrei mais material. Agora, por hora, é o fim.
Palestra de Dom Bertrand sobre Nossa Senhora de Fátima
Parte 1http://www.youtube.com/watch?v=lcvER60XjCU

Parte 2http://www.youtube.com/watch?v=gZsj7y7wJZM
Parte 3http://www.youtube.com/watch?v=Y1lTOA49Gbk&feature=youtu.be
Parte 4http://www.youtube.com/watch?v=T5ozFR7lXXw&feature=related

E finalmente encontrei o documento que faltava:
Trata-se de Livro, prefaciado por Dom Luiz, do mesmo autor de Parlamentarismo, Sim! O dr. Armando Alexandre dos Santos: "Ser ou não ser MONARQUISTA- Eis a questão!"
" No Império brasileiro, respeitando o fato de a imensa maioria da população brasileira ser católica, a Religião Católica era oficialmente a religião de Estado. Agora, pergunta-se, deve ser assim ou não deve ser assim?Pela doutrina católica, que é professada pela imensa maioria dos brasileiros-e pelos princípios democráticos a legislação não deve ofender as consciências da maioria-o Estado, em princípio, deve ser unido á Igreja. Entretanto, no caso concreto atual, dadas as circunstãncias do Brasil, seria impensável essa união. Inclusive por uma razão: é que o Estado está em crise, mas a Igreja está, infelizmente, numa crise ainda muito pior, e unir a Igreja ao Estado, hoje em dia, seria fazer com que se multiplicassem as as duas crises, seria quase um suicídio. De maneira que na monarquia de 1993 o problema nem se põe: uma união da Igreja e do Estado seria impensável sem toda uma reforma a começar pela Igreja." (pág. 90)
Tem as propostas da Juventude Monárquica, também aprovadas por ele:
O documento intitulado "Linhas gerais da organização política da Monarquia brasileira no limiar do Terceiro Milênio da Era Cristã- uma proposta da Juventude Monárquica do Brasil", aprovado em Assembléia geral extraordinária da Juventude Monárquica, em 5 de novembro de 1988, apresenta a questão de forma sucinta e clara:
"8. Uma forma de união da Igreja e do Estado, em princípio desejável, não deveria ser feita antes de amplas tratativas e eventual concordata com a Santa Sé, a fim de garantir ao novo Império brasileiro que não fosse afetado pela profunda crise hoje infelizmente generalizada nos meios católicos".

Luiz Cordeiro Mergulhão Silva
"Se eu avançar, segui-me. Se eu morrer, vingai-me. Se eu recuar, matai-me." (Henri de La Rochejacquelain)
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Antes de tudo, gratíssimo outra vez. Quanto ao resto, respondo no corpo de seu e-mail. Abraço.
No texto em questão estava me referindo à Lei Divina Positiva (a Antiga Lei, que nos seus princípios morais permanece vigente, embora nos cerimoniais não. Pelo menos é isso que me lembro da Summa). No final das contas Lei Natural é a participação da criatura na Lei Eterna. Salvo engano.
CORRETÍSSIMO TUDO.

Agora, preciso rever aquele trecho sobre desobediência às leis positivas... juraria, que qualquer medida positiva que contrariasse a lei natural, poderia ser obedecida externamente para salvaguardar a ordem, e só devia ser desobedecida se contrariasse a Lei Divina Positiva. Me confundi nesse aspecto. [:P]
SIM, QUANTO A ISTO, CREIO QUE TEM DE REVÊ-LO.

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Salve Maria!

Como pude esquecer de João Camilo de Oliveira Torres. Maior historiador do Império.

- História do Império - Livro paradidático das escolas públicas, tem ponderações interessantíssimas sobre a Independência, Scantimburgo trás em "O Poder Moderador" á transcrição do Manifesto de 6 de Abril às Nações Amigs de Portugal, em que o Príncipe Regente da as razões, fundadas em ordem direta do pai, para se opôr aos liberais de Lisboa, e declarar a Indepndência;
- Democracia Coroada. - Muitas informações sobre o Partido Conservador e o papel deles na derrubada da Regência e a dissolução do Ministério Liberal por Dom Pedro II. É interessante também ponderar a história do Império conjuntamente com as revoluções que ele teve que enfrentar, das quais saiu derrotado em duas (A dos 33 Orientais, maçons que 'libertaram' a província Cisplatina [com o que eu sempre brinco com a Virgínia, sua cunhada]; as três revoluções Bahianas; as quatro Pernambucanas; a farroupilha, que teve apoio de Garibaldi, em 20 de setembro, mesma data que o memso Garibaldi e o Mazzini derrubaram os Estados Pontifícios; uma tentativa de proclamar a República em Minas em 14 de Julho de 1889 [centenário da Bastilha], e a proclamação da república à la Americana). Todas essas revoluções tendo em comum um aspecto, federalismo, república e envolvimento de maçons... houve uma no Rio de Janeiro também, mas foi em apoio a Feijó e contra Bernardo de Vasconcellos e o recém-fundado Partido Conservador... o que culminou na Maioridade do Imperador, que aos seus 14 anos, derrubou o ministério liberal que o emancipara.
- História das Idéias Religiosas no Brasil - A questão religiosa é muito bem explanada aqui. Mas... ele escreveu na época do Concílio... ergo... e não me recordo dele citar a correpondência entre Nabuco de Araújo e o Bispo Dom Antônio Macedo e Costa;
- História das Idéias Revolucionárias no Brasil - É importante. E João de Scantimburgo também trata do tema no "Brasil e a Revolução Francesa.
Acredito que agora sim. Acabamos... Se é que em pesquisa histórica dá para chegar a um termo. Cito por exemplo a Bandeira Imperial que todos acrditavam inspirada na maçonaria... e feita por Dom Pedro I, até que encontraram um projeto de Debret encomendado por Dom João VI, sete anos mais velho que nossa independência.
Sem mais,

Luiz Cordeiro Mergulhão Silva
"Se eu avançar, segui-me. Se eu morrer, vingai-me. Se eu recuar, matai-me." (Henri de La Rochejacquelain)
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Caro,

Devidamente anotados.

Gratíssimo.

Carlos

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Nougué.
O Sr. não se incomodaria se feitas as devidas adaptações, eu postasse no Blog, o corpo dos textos que comentei nos nossos últimos e-mails?

Luiz Cordeiro Mergulhão Silva
"Se eu avançar, segui-me. Se eu morrer, vingai-me. Se eu recuar, matai-me." (Henri de La Rochejacquelain)

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É claro que não, meu caro. Pode fazê-lo tranquilamente.

Um abraço e fique com Deus.

Carlos