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sábado, 7 de abril de 2012

MONSENHOR DE SÉGUR E A REVOLUÇÃO FRANCESA (V)

Capítulo IV: Quem é o verdadeiro pai da Revolução e quando ela nasceu.

Há na Revolução um mistério de iniquidade que os revolucionários não podem compreender, pois somente a fé, que eles não possuem, pode dar a chave.
Para compreender a Revolução, é preciso remontar até ao pai de toda revolta, que primeiro ousou dizer e ousa repetir até o final dos séculos: Non serviam, não obedecerei.
Satã é o pai da Revolução. A Revolução é a sua obra, começa no céu e se perpetua pela humanidade a cada era. O pecado original, pelo qual Adão, nosso primeiro pai, igualmente revoltou-se contra Deus, introduziu na terra não ainda a Revolução, mas o espírito de orgulho que é seu princípio; e desde então o mal cresceu sem parar, até a aparição do cristianismo, que o combateu e o fez recuar.
A Renascença pagã, depois Lutero e Calvino, Voltaire e Rousseau, despertou o poder maldito de Satã, seu pai; e, favorecido pelos excessos do cesarismo, este poder recebeu, no início da revolução francesa, uma espécie de consagração, uma constituição que ela não tinha tido até então e que faz dizer com justiça que a Revolução nasceu na França em 1789: “A revolução francesa, dizia em 1793 o feroz Babeuf, não é senão a precursora de uma revolução bem maior, bem mais solene, e que será a última”. Esta revolução suprema e universal que já cobre o mundo, é a Revolução. Pela primeira vez, desde seis mil anos, ela ousou designar-se perante o céu e a terra por seu nome verdadeiro e satânico: a Revolução, quer dizer: a grande revolta.
Ela tem por lema, como o demônio, a famosa frase: Non serviam. Ela é satânica em sua essência; e, ao derrubar todas as autoridades, tem por fim último a destruição total do reino do Cristo sobre a terra. A Revolução, não esqueçamos, é antes de tudo um mistério de ordem religiosa; é o anticristianismo. É isto que constatou, em sua encíclica de 8 de dezembro de 1849, o Soberano Pontífice Pio IX: “A Revolução é inspirada pelo próprio Satã. Sua meta é destruir de alto a baixo o edifício do Cristianismo e de reconstruir sobre suas ruínas a ordem social do paganismo.” Admoestação solene confirmada a risca pelos próprios fiéis da Revolução: “Nossa meta final, diz a instrução secreta da ‘Vente Supreme’, nossa meta final é aquela de Voltaire e da Revolução Francesa, a aniquilação definitiva do catolicismo e mesmo da ideia Cristã.”

MONSENHOR DE SÉGUR E A REVOLUÇÃO FRANCESA (IV)

Capítulo III: A Revolução é Filha da Incredulidade


Para julgar a Revolução, é suficiente saber se cremos ou não em Jesus Cristo. Se o Cristo é Deus feito homem, se o Papa é seu Vigário, se a Igreja é sua enviada, é evidente que as sociedades tal como os indivíduos devem obedecer às direções da Igreja e do Papa, que são direções do prórpio Deus. A Revolução, que erige em princípio a independência absoluta das sociedades com relação à Igreja, a separação da Igreja e do Estado, declara-se, por isso mesmo, "indrédula no Filho de Deus, e já foi julgada", conforme o Evangelho.
A questão revolucionária é definitivamente uma questão de fé. Qualquer um que creia em Jesus Cristo e na missão de sua Igreja, não pode ser revolucionário se é lógico; e todo incrédulo, todo protestante, se é lógico, deve adotar o princípio apóstata da Revolução e, sob sua bandeira, combater a Igreja. A Igreja Católica, de fato, se não é divina, usurpa tiranicamente os direitos do homem.
Jesus Cristo é Deus? Todo poder pertence-lhe na terra como no céu? Os pastores da Igreja, com o Soberano Pontífice à sua frente, têm ou não têm, de direito divino, pela ordem mesma do Cristo, a missão de ensinar a todas as nações e a todos os homens o que é preciso fazer e o que é preciso evitar para cumprir a vontade de Deus? Há algum homem, príncipe ou plebeu, há alguma sociedade, que tenha o direito de repulsar este ensinamento infalível, de se subtrair a esta insigne direção religiosa? Está tudo aqui! É uma questão de fé, de catolicismo.
O Estado deve obedecer a Deus vivo, tanto quanto o indivíduo e a família; para o Estado como para o indivíduo, está em jogo a vida.

(Continua...)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

MONSENHOR DE SÉGUR E A REVOLUÇÃO FRANCESA (III)

Capítulo II: O que é a Revolução e de como ela é uma questão religiosa, não menos que política e social

Revolução não é uma questão puramente política; é também uma questão religiosa, e é tão somente por esse ponto de vista que escrevo aqui. A Revolução não é somente uma questão religiosa, mas é a grande questão religiosa de nosso século. Para nos convencermos, basta refletir e precisar.
Entendida em seu sentido mais genérico, a Revolução é a revolta erigida em princípio e em direito. Não é apenas o fato da revolta; em todos os tempos houve revoltas; é o princípio da revolta tornando-se a regra prática e o fundamento das so...ciedades; é a negação sistemática da autoridade legítima; é a teoria da revolta, é a APOLOGIA E O ORGULHO DA REVOLTA, a consagração legal do princípio mesmo de toda revolta. Não é também a revolta do indivíduo contra o seu legítimo superior, revolta simplesmente chamada de desobediência; mas é a revolta da sociedade enquanto sociedade...O caráter da Revolução é essencialmente social e não individual.
Há três graus na Revolução: 1º A destruição da Igreja, como autoridade e sociedade religiosa, protetora de outras autoridades; neste primeiro degrau, que nos interessa diretamente, a Revolução é a negação da Igreja ereta em princípio e formulada em direito; a separação da Igreja e do Estado com o objetivo de descobrir a Igreja e de lhe retirar seu apoio fundamental; ‎2º A destruição dos tronos e da autoridade política legítima, consequência inevitável da destruição da autoridade católica. Essa destruição é a última palavra do princípio revolucionário da democracia moderna e do que hoje se chama de sobe...rania do povo; 3º A destruição da sociedade, a saber da organização por ela recebida de Deus; em outros termos, a destruição dos direitos da família e da propriedade, para o benefício de uma abstração a quem os doutores revolucionários denominam de Estado. É o " socialismo", mais recente palavra da Revolução perfeita, última revolta, destruição do último direito. Nesse grau, a Revolução é, ou melhor dizendo será, a total destruição da ordem divina sobre a terra, o perfeito reino de Satã sobre o mundo, precisamente formulada pela primeira vez por JJ Rousseau, depois em 89 e 93 pela revolução francesa, a Revolução se apresentou desde sua origem como a inimiga mais forte do cristianismo; ela atacou a Igreja com uma fúria que relembrou as perseguições do paganismo; ela matou os bispos, massacrou os padres, os católicos; ela fechou ou destruiu as igrejas, dispersou as Ordens religiosas, arrastou na lama as cruzes e as relíquias dos Santos; a sua raiva se estendeu por toda a Europa...ela maculou todas as tradições, e num momento acreditou ter destruído o cristianismo, que ela com desprezo chamava de velha e fanática superstição.
Sobre todas essas ruínas, ela inaugurou um regime novo de leis ateias, de sociedades sem religião, de povos e de reis absolutamente independentes; passados sessenta anos, ela cresceu e se estendeu pelo mundo todo, por toda a parte destruindo a influência social da Igreja, pervertendo as inteligências, caluniando o clero, e destruindo pela base todo o edifício da fé.
Do ponto de vista religioso, a Revolução pode ser definida como a negação legal do reino de Jesus Cristo sobre a terra, a destruição social da Igreja. Combater a Revolução é, portanto, um ato de fé, um dever religioso de primeira importânci...a. Mais ainda, trata-se de um ato de boa cidadania e honestidade...é defender a pátria e a família . Se os partidos políticos honestos a combatem em seu ponto de vista, nós devemos, nós cristãos, combatê-la por um ponto de vista bem superior, na defesa daquilo que nos é mais importante do que a própria vida."
Continua...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

MONSENHOR DE SÉGUR E A REVOLUÇÃO FRANCESA (II)

Capítulo I: Revolução, o que ela não é.

"A palavra revolução é uma palavra elástica da qual sempre se abusa com a intenção de seduzir os espíritos. Uma revolução, é uma modificação fundamental que se faz presente na moral, nas ciências, nas artes, ...nas letras, e, sobretudo, nas leis e no governo das sociedades. Seja na Religião ou na política, trata-se de um desenvolvimento completo, o triunfo completo de um princípio subversivo de toda a antiga ordem social. A mais das vezes, a palavra revolução é entendida num sentido errôneo; mesmo que tal sentido tenha escessão. Assim podemos dizer: " O Cristianismo fez uma grande revolução no mundo" e essa revolução foi muito feliz." Também é verdade dizer : " Neste ou naquele país estourou uma revolução que a todos condenou ao fogo e ao sangue". Uma revolução, sem dúvida, mas uma má revolução. Há uma diferença essencial entre " uma revolução" e o que, passado um século, chamamos de " "Revolução". Desde sempre houve revoluções nas sociedades humanas; há que distinguir a " Revolução" como um fenõmeno moderno e mesmo recente. Muitas pessoas imaginam, impressionadas pela imprensa, que é à "Revolução" que há mais de sessenta anos (SEMPRE LEMBRANDO QUE O TEXTO É DE 1862) a humanidade deve todo o seu bem estar; que à ela devemos todo nosso progresso na indústria, todo o nosso desenvolvimento no comércio, todas as invenções modernas das artes e das ciências; que sem ela não teríamos nem ferrovias, nem telégrafo, nem navios a vapor, nem máquinas, nem Exército, nem instrução, nem glória; numa palavra, que sem "a Revolução" tudo estaria perdido, e que o mundo recairia nas trevas. Mas, nada disso. Se a Revolução foi porventura ocasião de alguns desses progressos, não foi, no entanto, a causa. A comoção violenta por ela por ela impressa ao mundo inteiro precipitou, sem dúvida, alguns progressos de ordem material; mas essa mesma violência impediu a realização de muitos outros. Hoje e sempre a verdade é que a Revolução, considerada nela mesmo, não foi, propriamente falando, o princípio de qualquer progresso real. Também não foi, como tentam nos fazer acreditar, a libertação legítima dos oprimidos, a supressão dos abusos do passado, o amelhoramento e o progresso da humanidade, a difusão das luzes, a realização de todas as aspirações generosas dos povos e tal. Nos convenceremos, ao apreendermos a conhecê-la a fundo.
Ela não é tampouco o grande fato histórico e sangrento que remexeu com a França e mesmo com a Europa no final do século passado. Esse fato, seja em sua fase mais moderada, seja em seu período de excessos horrendos, foi apenas fruto de uma manifestação da Revolução, a qual é uma idéia, um princípio, muito mais do que um feito. É importante que essas coisas não sejam confundidas. O que é então a Revolução?


Continua...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

MONSENHOR DE SÉGUR E A REVOLUÇÃO FRANCESA


Nascido em 1820, Luiz Gastão de Ségur, o Bom Gastão, filho da célebre Condessa, nascida Rostopchine, depois convertida ao Catolicismo, é uma figura injustamente esquecida em nossos dias. Sua mãe, a Condessa de Ségur, é ainda lembrada por seus admiráveis livros infanto-juvenis, quase todos traduzidos para o português. A... título meramente representativo, mencionaremos dois deles, As Férias e o Bom Diabrete. Se vc tem filhos, irmãos, sobrimos e primos a quem quer presentear, nada melhor do que lhes dar um livro da Condessa.
Mas e quem foi seu filho, Mgr. de Ségur? Um homem de influência considerável em seus dias. Dele pode se dizer que foi um dos grandes fundadores da escola contra revolucionária.
Em um pequeno livro, " A Revolução explicada aos jovens", publicado em 1862, sua crítica à Revolução não é de natureza política, mas, caracteristicamente, de cunho religioso.
Não é possívlel compreender o seu combate contra a Revolução sem referência ao seu itinerário espiritual. Desde a sua infãncia, foi membro da Ordem Terceira Franciscana. Nascido nas camadas mais altas da Aristocracia Francesa, foi destinado à uma importante carreira diplomática, que el começou em Roma, e interrompeu em razão de uma vocação maior. Rapidamente, o jovem padre de Ségur toma uma dimensão maior que se fará sempre maior. O veremos, vida a fora, desde a fundação do Seminário francês de Roma, da Associação Católica São Francisco de Salles (1857), depois, passada a Guerra de 1870, a União das Obras, os Congressos Eucarísticos, etc., sempre presente. A tristeza de ter ficado cego, em 1853, o afastou do episcopado. A própria cegueira, no entanto, lhe confere um papel excepcional. Ele será o " cachorro do pastor" do catolicismo francês lutando sem trégua contra os desvios espirituais tais quais o protestantismo, a franco-maçonaria, e o néo-galicanismo que enfraquecem a Igreja na França.
Assim sendo, ele investiu toda a sua energia de forma independente. Diretor de consciência de inúmeros filhos espirituais, confessor, animador, ele escreveu, ou melhor dizendo ditou inúmeras brochuras que conheceram um sucesso considerável. Personagem fora do comum, ele influenciou a opinião católica na França, a começar pelo meio operário. Orador infatigável, polemista talentoso, era visto combater por toda parte em todo canto aonde o Catolicismo precisava renascer, frente ao crescimento do racionalismo, à indiferença e a perseguição laicista. (...)
A seguir aqui vamos postar o trabalho de Mons. de Ségur sobre a Revolução Francesa.

Paulo Woolf

sábado, 21 de janeiro de 2012

219º Aniversário de Martírio de SM. Luis XVI

(*23 de agosto de 1754/ + 21 de Janeiro de 1793)

Neste dia 21º de janeiro, unimos nossas preces pela alma do rei, que foi brutalmente assassinado e martirizado por um tribunal ilegítimo, cruel, e desonesto: a Convenção, órgão da Revolução de 1789.


PIE IESU DOMINE DONA EI REQUIEM