sábado, 7 de abril de 2012

MONSENHOR DE SÉGUR E A REVOLUÇÃO FRANCESA (IV)

Capítulo III: A Revolução é Filha da Incredulidade


Para julgar a Revolução, é suficiente saber se cremos ou não em Jesus Cristo. Se o Cristo é Deus feito homem, se o Papa é seu Vigário, se a Igreja é sua enviada, é evidente que as sociedades tal como os indivíduos devem obedecer às direções da Igreja e do Papa, que são direções do prórpio Deus. A Revolução, que erige em princípio a independência absoluta das sociedades com relação à Igreja, a separação da Igreja e do Estado, declara-se, por isso mesmo, "indrédula no Filho de Deus, e já foi julgada", conforme o Evangelho.
A questão revolucionária é definitivamente uma questão de fé. Qualquer um que creia em Jesus Cristo e na missão de sua Igreja, não pode ser revolucionário se é lógico; e todo incrédulo, todo protestante, se é lógico, deve adotar o princípio apóstata da Revolução e, sob sua bandeira, combater a Igreja. A Igreja Católica, de fato, se não é divina, usurpa tiranicamente os direitos do homem.
Jesus Cristo é Deus? Todo poder pertence-lhe na terra como no céu? Os pastores da Igreja, com o Soberano Pontífice à sua frente, têm ou não têm, de direito divino, pela ordem mesma do Cristo, a missão de ensinar a todas as nações e a todos os homens o que é preciso fazer e o que é preciso evitar para cumprir a vontade de Deus? Há algum homem, príncipe ou plebeu, há alguma sociedade, que tenha o direito de repulsar este ensinamento infalível, de se subtrair a esta insigne direção religiosa? Está tudo aqui! É uma questão de fé, de catolicismo.
O Estado deve obedecer a Deus vivo, tanto quanto o indivíduo e a família; para o Estado como para o indivíduo, está em jogo a vida.

(Continua...)

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