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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

LEÃO XIII E DONA ISABEL




Muitos dos dons conferidos pelos papas a soberanos decorrem de uma relação histórica construída com o passar dos séculos. Nosso império teve vida curta, mas mesmo assim a Princesa Imperial Regente, D Isabel, Chefe da Casa Imperial do Brasil, de 1891 a 1921, recebeu de Sua Santidade o Papa Leão XIII, a 28 de setembro de 1888, a primeira Rosa de Ouro do Brasil. Foi orador na ocasião D. Antônio de Macedo Costa, o companheiro de D. Vital. Essa Rosa de Ouro foi doada ao Museu de Arte Sacra do Rio de Janeiro, que funciona no subsolo da Catedral Arquidiocesana, por seu neto e sucessor imediato, o Príncipe Dom Pedro Henrique, Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 a 1981 e pai do atual Chefe da Casa, o Príncipe Dom Luiz.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

UNIÃO AMIGA ENTRE O TRONO E O ALTAR


União amiga entre o Trono e o Altar


Discurso pronunciado por D. Antônio Macedo Costa, companheiro de D. Vital, e com ele preso por ordem do gabinete chefiado pelo Visconde do Rio Branco. Anos depois, em 28 de setembro de 1888,em homenagem a Princesa Isabel, por ocasião da entrega da Rosa de Ouro, oferecida à princesa pelo Papa Leão XIII, D. Antônio pronuncia famoso discurso, no qual se destaca esse trecho, verdadeiro programa para o novo reinado.

"Abolimos o cativeiro material. Foi muito; mas isto foi apenas o começo; removemos um estorvo e nada mais. Cumpre agora abolir o cativeiro moral: é necessário resgatar as almas de tudo o que é baixo, vergonhoso, degradante. Restaurar moral e religiosamente o Brasil! Esta é a obra das obras; a obra essencial, a obra fundamental sobre que repousa a estabilidade do trono e o futuro da nossa nacionalidade. Senhores, nós atravessamos uma hora perturbada e cheia de tristezas: assistimos a desfalecimentos deploráveis, a uma tendência para derruir as tradições do passado sob o pretexto de preparar mais auspicioso porvir... Há uma cousa que permanece, uma cousa firme, constante, que vigora, que tem vida, com que se pode contar para o futuro: é a religião de Jesus Cristo, ensinada pela Igreja Católica há dezoito séculos, com a assistência do Espírito do mesmo Cristo. Aí está a força que restaura, aí está a força que salva, que adianta seguramente os povos nos caminhos do verdadeiro progresso - o que tem por ponto de partida o Evangelho... A força material da autoridade pública apenas atinge o corpo, - quando atinge! É preciso uma força superior, sobrenatural, que penetre até às almas, que chegue até o fundo das consciências para lá depor os germens fecundos da honra e da virtude. Pois bem, Senhores, já que o Sumo Pontífice, o maior representante da Religião, o homem que exerce a maior força moral neste mundo, em uma crise tão memorável da nossa vida social vem a nós, cheio de benevolência e amor pela nossa Nação, vamos nós ao Sumo Pontífice ! Estreitemos com ele laços de amor, de gratidão, de filial obediência."

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CARTA APOSTÓLICA DE SS. LEÃO XIII À PRINCESA ISABEL


À muita amada em Cristo Filha Nossa, Saúde e Benção Apostólica.
As preclaras virtudes que adornam Tua pessoa e as brilhantes demonstrações de singular dedicação que Nos deste a Nós e a esta Sé Apostólica, pareceu-Nos mereceriam sem dúvida um testemunho particular e insigne de Nosso Apreço e paternal afeto para contigo.
Para te apresentarmos porém esse testemunho, nenhuma oportunidade mais favorável podia dar-se, conforme entendemos, do que a atual. Com efeito, novo esplendor acaba de realçar ainda mais os Teus louvores por ocasião da Lei que aí foi recentemente decretada e por Tua Alteza Imperial sancionada, relativa àqueles que, achando-se nesse Império Brasileiro, sujeitos à condição servil, adquiriram em virtude da mesma lei a dignidade e os direitos de homens livres.
Assim, pois, muito amada em Cristo Filha Nossa, Nós te enviamos de mimo a Rosa de Ouro que, ao pé do altar, consagramos com a prece apostólica e os demais ritos sagrados, consoante a usança antiga de Nossos Predecessores.
Por esta razão investimos do caráter de Nosso Delegado apostólico ao amado Filho Francisco Spolverini, Nosso Prelado Doméstico e Protonotário Apostólico, que exerce as funções de Internúncio e de Enviado extraordinário Nosso e desta Santa Sé, junto ao muito amado em Cristo Filho Nosso Pedro II Imperador do Brasil, e na ausência dele junto à Tua Alteza Imperial, com o fim de levar-Te a referida Rosa e de exercer o honrosíssimo ministério de fazer-Te a tradição dela, observando as sagradas cerimônias do estilo.
Nesse mimo, porém, que Te ofertamos, é desejo Nosso que Tua Alteza Imperial não olhe para o preço do objeto e seu valor, mas atenda aos mais sagrados mistérios por ele significados. Assim é que nessa flor e no esplendor do ouro se manifesta Jesus Cristo e sua suprema Majestade. É Ele que se denomina a flor do campo e o lírio dos vales. Na fragrância da mesma flor se exibe um símbolo do bom odor de Cristo, que ao longe rescendem todos os que cuidadosamente imitam as suas virtudes.
Daí é impossível que o aspecto deste mimo não inflame cada vez mais o Teu zelo em respeitar a religião e em trilhar a vereda árdua, sim, mas esplêndida da virtude.
No entanto, implorando toda a sorte de prosperidades e venturas para Ti, e todo o Império Brasileiro, muito afetuosamente no Senhor outorgamos a Benção Apostólica a Ti, muito amada em Cristo Filha Nossa, e à Tua Imperial Família.
Dado em Roma, junto a São Pedro, sob o Anel do Pescador, no dia 29 de maio do ano de 1888, IIº no Nosso Pontificado.


Cardeal Carlo Nocella