"Cinco
dias antes da morte do Imperador, G. H. Wyndham, Ministro da Inglaterra no
Brasil, e nessa ocasião de passagem em Paris, avistava-se nessa cidade com o
Conselheiro Silveira Martins, aí exilado. Dizia-lhe Martins que, aconselhado
pelo Imperador, fora ter com a Princesa Imperial para falar-lhe sobre a
possibilidade de a Monarquia ser restaurada. Dizendo-lhe
que nesse caso ela teria todo o seu apoio (2), a Princesa respondeu-lhe:
'Sim, mas embora Brasileira, sou, antes de tudo, católica; e com relação a meu filho ir para o Brasil, jamais o confiarei a esse povo, já que o meu dever é a salvação da sua alma.' (2)
'Sim, mas embora Brasileira, sou, antes de tudo, católica; e com relação a meu filho ir para o Brasil, jamais o confiarei a esse povo, já que o meu dever é a salvação da sua alma.' (2)
A que
Silveira Martins respondeu:
'Então, Senhora, o seu destino é o Convento!'
Wyndham acrescentava que tanto o Duque de Nemours como seu filho, o Conde d'Eu, eram tão beatos quanto a Princesa, e que os brasileiros não estavam inclinados a aceitá-la como Imperatriz reinante, nem o seu filho D. Pedro, preferindo a este o seu primo, D. Augusto, filho da falecida Duquesa de Saxe, irmã de D. Isabel (3), incorporado naquela ocasião, à marinha austríaca (4).
'Então, Senhora, o seu destino é o Convento!'
Wyndham acrescentava que tanto o Duque de Nemours como seu filho, o Conde d'Eu, eram tão beatos quanto a Princesa, e que os brasileiros não estavam inclinados a aceitá-la como Imperatriz reinante, nem o seu filho D. Pedro, preferindo a este o seu primo, D. Augusto, filho da falecida Duquesa de Saxe, irmã de D. Isabel (3), incorporado naquela ocasião, à marinha austríaca (4).
*Nota do Blog: Esse texto foi extraído do recém-publicado livro "A INTRIGA"
de autoria de D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança. 2012. São Paulo.
Editora Senac. 383pp. O trecho citado encontra-se às páginas 354-355. Os números em ( ) foram introduzidos por mim. São meus, portanto, os
comentários abaixo.
(1) Eu sempre afirmei que o Conselheiro Gaspar da Silveira Martins era
monarquista. Isso o fazia, principalmente embasado em informações de minha avó
paterna, que era monarquista, filha do Coronel Evaristo Lopes dos Santos, amigo
do Conselheiro.
(2) D. Pedro tinha então 16 anos de idade. Natural a preocupação da
Princesa, em mandar para o Brasil, uma criança que poderia vir a ser educada
por inimigos da Fé.
(3) Trata-se de D. Leopoldina, segunda filha de D. Pedro II. D. Augusto
era seu segundo filho e avô do autor do livro. Seu filho mais velho, D. Pedro
Augusto, enlouquecera já embarcado, a caminho do exílio.
(4) Ofício de 7 de janeiro de 1892 ao
Foreign Office, e comunicado ao autor por J. de Souza Leão (Lyra, 1977,
p.207, nota 241). Nota do Autor: Creio poder se tratar do Embaixador Joaquim de Souza Leão, primo de
tio Manuel Ignácio (Cavalcanti de Albuquerque), a quem conheci quando eu era
muito menino aqui no Rio de Janeiro.
Paulo Woolf
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