terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O ERRO DO IBERISMO (II)


Dom João IV, aclamado Rei contra a união ibérica 
Observa-se logo o descaso dos iberistas para com as tradições portuguesas. Desprezam o Estado-nação e promovem um Portugal que eventualmente seria absorvido por uma Espanha maior e mais populosa. Aqui, desprezam nossas tradições imperiais... Repudiam nossa Bandeira, símbolo do nosso Estado-nação e querem nos submergir numa proposta ibérica em que ficaríamos sozinhos com os portugueses no meio de uma quantidade sem fim de republiquetas ibéricas! Nosso carinho à Espanha, a Portugal, e a nossos vizinhos latino americanos. Nosso não ao iberismo.

O Jantar de Badajoz.

Do lado português, quem foram os participantes na célebre reunião iberista, que teve lugar, em 24 de junho de 1893, no Teatro Ayala , de Badajoz?

Às págs. 261 de "Féderation Ibérique" começa por dizer Magalhães Lima, referindo-se ao Congresso de Badajoz:
"Os republicanos portugueses devem felicitar-se de terem cooperado nesta grande obra de paz, de amor, de fraternidade, de concórdia e de solidariedade. Ela fica como a mais bela página da história do partido republicano português e do partido republicano espanhol."

O programa iberista.

No que consistia, em resumo, o ideal iberista?
Foi Henrique Nogueira, "o fundador do partido republicano português, quem expôs a questão do federalismo pela primeira vez, como devia ser posta", assevera Magalhãs Lima, e acrescenta: "Os republicanos portugueses adoptaram as suas ideias como parte fundamental do seu programa".
Então, diz Henrique Nogueira:
"Cada povo peninsular que tem ou teve, nos antigos tempos, uma existência de independente, deve conservá-la ou conquistá-la de novo para formar um elemento constitutivo da federação futura. A federação, nesta hipótese, deverá compor-se dos estados seguintes: Portugal, Galiza, Astúrias, Biscaia, Navarra, Catalunha, Aragão, Valencia, Murcia, Granada, Andaluzia, Estremadura, Castela-a-Nova, Castela- a Velha, Leão" (Féderation Iberique, pág.148), "sob a forma de uma República democrática federal" (Féderation Iberique, pág. 149).
Nem mais nem menos: Portugal, com o seu Ultramar (ou sem ele?), descia à categoria de uma província espanhola!!!
H. Nogueira tentava em vão, e muito mal, adoçar a pílula: "Nós queremos a federação, mas repelimos a fusão". Magalhães Lima, porém, é mais claro e perfilha, no seu livro, as seguintes conclusões de Proudhon: ‘Duas ordens de ideias agitam, nestes últimos tempos, os espíritos - as ideias de unificação das grandes raças (pan-eslavismo, pan-germanismo, pan-latinismo) e as ideias federativas. Estas duas ideias, antagônicas na aparência, tendem para o mesmo fim, isto é, a unificação pela federação.’"( Féderation Iberique, pág. 18).

Paulo Evaristo "Woolf"
Continua...

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